CERATOCONE – Sintomas, Dicas e Tratamento
DEFINIÇÃO:
É uma doença da córnea na qual a córnea aumenta sua curvatura de forma irregular e assume formato de cone. Esta alteração causa astigmatismo irregular, o que leva a distorção das imagens e causa limitação para a correção com óculos. Apesar do ceratocone poder levar a uma acentuada perda de visão, raramente leva a cegueira.
O ceratocone ocorre por uma diminuição da rigidez do estroma da córnea, num processo de falência biomecânica que cursa com afinamento e protrusão da região central ou para-central e a formação de cicatrizes em casos mais avançados. A doença é bilateral e acomete uma a cada 2 mil pessoas e tem caráter progressivo, porém é comum haver assimetria entre os olhos (um dos olhos ser mais acometido). Inicia-se geralmente na adolescência, afeta um pouco mais as mulheres do que os homens, e evolui geralmente até 40 anos, faixa etária em que cerca de 80% dos pacientes, tendem a estabilizar naturalmente a doença.
Não se conhece bem ao certo a causa do ceratocone, mas estudos demonstram que é uma doença hereditária. Pacientes alérgicos estão mais predispostos a desenvolvê-la, possivelmente devido ao hábito de coçar os olhos.
SINTOMAS:
- A evolução do ceratocone é quase sempre progressiva, com o aumento do astigmatismo. Na sua fase inicial, o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular, levando o paciente a trocar o grau do astigmatismo com muita frequência.
- Nas fases mais avançadas a correção visual com óculos já não resolve e as lentes de contato passam a ser a opção para correção da visão. Entretanto a tolerância às lentes é baixa e a adaptação às mesmas é difícil , às vezes, até impossível.
- O diagnóstico definitivo desta patologia é feito com base nas características clínicas e com exames complementares de topografia e tomografia de córnea.
- Sintomas de Ceratocone: O principal sintoma é a visão borrada e distorcida, tanto para longe quanto para perto. Alguns podem relatar diplopia (visão dupla) ou poliopia (percepção de várias imagens de um mesmo objeto), necessidade de apertar os olhos e halos em torno das luzes, fotofobia (sensibilidade excessiva à luz) fazem parte das queixas dos pacientes com ceratocone. A coceira e atopia estão presentes em cerca de 20% dos pacientes com ceratocone.
Em geral, quanto mais precoce o seu aparecimento, pior o prognóstico.
Até poucos anos o tratamento do ceratocone consistia na prescrição de óculos ou lentes de contato e quando estes métodos não surtiam mais efeito, o transplante de córnea seria a única solução possível.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos como a topografia corneana, que avalia a curvatura, e a paquimetria ultrassônica, que verifica a espessura da córnea.
TRATAMENTOS:
O tratamento do ceratocone visa sempre proporcionar ou manter (nas fazes iniciais) uma boa visão ao paciente, bem como garantir seu conforto na utilização dos recursos que serão empregados e principalmente preservar a saúde da córnea.
Único procedimento curativo para o ceratocone, o transplante de córnea, como todo procedimento cirúrgico, pode estar associado a complicações, tais como: alto astigmatismo, rejeição, infecção, glaucoma, catarata e doenças relacionadas à superfície ocular.
Óculos e lentes de contato não conseguem estabilizar a doença, nem tampouco curá-la. Servem apenas para proporcionar uma visão satisfatória ao paciente, em casos nos quais o ceratocone não é tão avançado.
Podemos classificar o ceratocone em 5 graus evolutivos de acordo com a severidade da doença.
As alternativas de tratamento sempre são avaliadas nesta ordem: óculos, lentes de contato e cirurgias.
Óculos:
A primeira opção que o paciente recebe é a prescrição de óculos, principalmente nos casos iniciais da doença, quando o astigmatismo irregular ainda é baixo e é possível obter uma acuidade visual aceitável.
Lentes de Contato:
A partir do momento em que os óculos não conseguem fornecer uma acuidade visual satisfatória, a lente de contato é a próxima alternativa, geralmente é utilizada a lente rígida gás permeável que procura proporcionar a melhor acuidade visual, principalmente assegurar a sáude fisiológica da córnea, melhorando sua curvatura. Atualmente, existem lentes gelatinosas especiais para ceratocone.
Crosslinking:
Consiste na ligação de colágeno de córnea com a riboflavina. É feita a remoção do epitélio(camada mais externa do tecido corneano) da região central da córnea, de forma a expor a superfície para aplicação de uma solução de riboflavina, que nada mais é que a vitamina B2. O resultado deste processo é a criação de mais ligações covalentes no estroma o que aumenta a resistência mecânica da córnea. Com isso, há menor chance de progressão do ceratocone.
IMPLANTE DE ANEL:
Nos casos avançados, em que se observa baixa acuidade visual corrigida e/ ou intolerância às lentes de contato, são indicadas intervenções cirúrgicas como o implante de anel intracorneano ou o transplante de córnea. O implante do anel intraestromal induz o aplanamento corneano significativo, com consequente melhora da visão, com óculos, além de reduzir substancialmente o grau de miopia e/ou astigmatismo. As principais vantagens são: segurança, reversibilidade, estabilidade e o fato de o procedimento cirúrgico não afetar o eixo visual. Dr Eduardo Pantaleão realiza esse procedimento com a ajuda do laser de femtosegundo, que oferece mais segurança.
TRANSPLANTE DE CÓRNEA:
Quando não é mais possível o implante de anel, devido a cicatrizes corneanas, curvaturas muito elevadas ou afinamentos corneanos relevantes, é indicado o transplante de córnea, seja com a técnica manual ou com o laser de femtosegundo.
Dicas
- Filhos de pais com ceratocone devem ser orientados desde a infância a não ter o hábito de coçar os olhos, pois isso ajuda a não desenvolver ou, pelo menos, a não acelerar o processo da doença. Também devem ser realizados exames oftalmológicos periódicos, inclusive de topografia, mesmo quando não se apresenta sintomas na adolescência.
- Pessoas portadoras de ceratocone devem realizar acompanhamentos periódicos com seu oftalmologista e fazer exames de Pentacam® , que relacionam, ao mesmo tempo, os exames de topografia e a paquimetria.